Refugiados Ambientais



Ultimamente tenho viajado muito a locais que sofrem com mudanças climáticas, sejam provocadas pelo homem, sejam de causas “naturais” ou “divinais”. Fato é: estar no local, ver o sofrimento e vulnerabilidade das pessoas diante dos acontecimentos é sempre chocante.

Não adianta ver ou ler no jornal, tem que estar lá fisicamente para entender e, mesmo assim, ainda é pouco.

E foi assim, como voluntário, que comecei a ter contato com essa nova “espécie”… os Refugiados Ambientais. Sim, uma “modalidade” ainda pouco conhecida, tão que ainda está carente de leis e proteções. E não estou falando de “meia dúzia de gatos pingados” não. Estou falando de cerca de 50 milhões de pessoas mundo afora que perderam suas casas, bens materiais e emocionais em enchentes, Tsunamis, furacões, terremotos e secas (entre outras desgraças). Os habitantes das ilhas Carteret (Pacífico) são refugiados ambientais desde 2000, graças ao aquecimento global e o aumento do nível do mar.

Para onde vão essas pessoas? Qual o planejamento para elas? Conhecemos os refugiados políticos e os de Guerra, mas e os ambientais? Não existe nenhuma lei de proteção a essas pessoas. Elas dependem do Governo. E nós sabemos que alguns funcionam (no Japão, muitas vítimas do Tsunami já estão reconstruindo suas vidas), sabemos também que há muita incompetência por aí (ou por aqui). A exemplo das vítimas das enchentes de Alagoas que estão há mais de um ano no mesmo abrigo. Além deles, temos o exemplo de Atafona, no RJ (foto abaixo). A areia, as dunas e o mar já tomaram conta da avenida principal, derrubaram um hotel e destruiram casas.

Com uma força calma e lenta, a areia domina e toma para ela tudo o que quer. A tal natureza… incontrolável.

Eu tenho uma proposta. Utópica talvez (ou não)… mas é uma proposta.

Imaginem criarmos comunidades sustentáveis para que essas pessoas que perderam tudo se reencontrarem em sociedade? Juntando-as com pessoas que passaram o mesmo. Criar vilas onde tudo seja pensado para mostrar que aquela chuva que destruiu a casa, também pode ser a água do banho ou a água para lavar a louça. Não adianda só reconstruir o tijolo e o concreto… tem que reconstruir o caráter, a coragem, a força. Se quer ir rápido, vai sozinho. Se quer ir longe, vai em grupo.

Precisamos nos adaptar. Nos atualizar. Essas leis de proteção PRECISAM evoluir de uma maneira inteligente… ou seja: Update or Die!


Veja Também
Anterior
« Anterior
Proxima
Proxima »